
Ivonne Montealegre tem larga experiência em organizar eventos de poker. Nascida na Costa Rica, ela se tornou uma das pessoas de destaque da indústria mundial do poker, principalmente em Malta, onde vive e fundou um bem sucedido circuito do esporte da mente.
Diretora de assuntos internacionais da Women’s Poker Association, ela fez da inclusão um de seus principais objetivos no cenário do poker mundial, valorizando o papel das mulheres. Mesmo com todo seu conhecimento na área, quando recebeu a missão de organizar o SiGMA Poker Tour (SPT), Ivonne passou meses trabalhando em ritmo acelerado para que tudo desse certo.
Agora no Brasil, ela vê o resultado de seu esforço se tornar realidade no Monte Carlo Poker Club, comemorando a primeira edição da história do SPT. Em entrevista ao PokerNews, a gerente de operações do circuito falou sobre suas motivações no poker, a análise da etapa de estreia e os próximos planos do SiGMA Poker Tour. O amor a dedicação ao poker ficaram óbvios na fala de Ivonne, que chegou a se emocionar quando citou sua família. Confira o papo, na íntegra.

Eu imagino quanto trabalho foi necessário para fazer esse evento acontecer. Para você, pessoalmente, o que significa ver seus planos se concretizando?
É um momento muito emocionante. Sempre que vejo algo que cresce a partir de uma ideia e se torna algo tão bonito, tão bem realizado, é como um bebê, sabe? Você cuida com carinho. Eu amo esse torneio — ele tem meu DNA espalhado por todo esse salão, que foi construído especialmente para esse evento.
Tive que vir ao Brasil e deixar minha família para trás para fazer isso acontecer. Durante muitos meses e muitas semanas, estive aqui. É um verdadeiro sacrifício. Mas eu amo o que faço. Sou completamente apaixonada por isso e nem sinto que estou trabalhando. Isso é a minha vida.
A comunidade do poker me proporcionou tantas memórias lindas e amizades maravilhosas, que me sinto verdadeiramente abençoada por estar nessa posição. E mais ainda por ser um catalisador que traz tanto trabalho para tantas pessoas. Isso é o que mais me enche de orgulho — podermos gerar empregos, impulsionar a economia de lugares como São Paulo.
“É um verdadeiro sacrifício. Mas eu amo o que faço. Sou completamente apaixonada por isso e nem sinto que estou trabalhando. Isso é a minha vida.”
O mais bonito do SiGMA Poker Tour é que está conectado com a Fundação SiGMA. Estamos fazendo coisas incríveis. Por exemplo, construímos uma escola na favela recentemente, na semana passada. A Fundação SiGMA está presente. Também criamos um centro de artes marciais (MMA) com a Fundação, para manter jovens em situação de risco em um caminho positivo, oferecendo oportunidades. Esse tipo de coisa me enche de orgulho.
Você vem trabalhando no poker há muito tempo, em Malta, realizando grandes feitos. O que significa para você que o primeiro SiGMA Poker Tour seja no Brasil?
O Brasil é um lugar maravilhoso. A comunidade brasileira é incrível. Eles abraçaram esse torneio, e eu quero que ele se torne um marco em São Paulo — que aconteça todos os anos, cada vez maior e melhor. Assim, a Fundação SiGMA também poderá fazer coisas cada vez maiores e melhores.
E eu acho que o evento está sendo um sucesso porque as pessoas estão realmente felizes. A proposta que oferecemos, com os ingressos platinum da SiGMA, a participação na conferência — a conferência em si já impulsiona a economia, é um ótimo espaço de networking. E quando isso se conecta ao poker, é um sonho.

Você é uma defensora das mulheres no poker, então hoje, mais do que nunca (dia de realização do Divas SiGMA), é um dia especial pra você. Como é ver todas essas mulheres jogando aqui?
Muito especial. Ver todas essas mulheres aqui… me sinto muito animada e muito grata. Estamos começando com 105 jogadoras — isso é lindo. É um número super sólido e queremos continuar repetindo isso, dando às mulheres oportunidades de jogar poker, de passar desses torneios para torneios maiores.
No Main Event, quem passou chip leader foi a Darya [Krashennikova, jogadora russa e ela está mandando muito bem! Então é maravilhoso poder dar às mulheres a chance de ganhar dinheiro que muda vidas. Isso me deixa muito feliz — ser essa ponte, essa catalisadora dessa mágica.
O que a comunidade do poker, não só do Brasil, mas do mundo, pode esperar do SiGMA Poker Tour no futuro?
No futuro, vamos para Malta em setembro, que é a minha casa. Lá, temos uma ótima parceria com o Portomaso Casino, e o evento acontece de forma muito tranquila. Estou muito feliz por estarmos indo para Malta, meu lar, e vamos fazer algo ainda maior, melhor.
Queremos crescer, mas também oferecer aos jogadores uma ótima experiência. Tudo gira em torno da comunidade, do networking, de se divertir e ser inclusivo. Inclusão é algo que eu defendo, como ex-presidente da Associação Internacional de Mulheres no Poker. Isso faz parte da minha vida e do meu legado, eu acredito.