As esportistas estão em alta no Brasil, levando em conta os Jogos Olímpicos. O Brasil já tem 163 vagas para a competição em Paris, sendo 101 delas conquistadas pelas mulheres.
“Me senti muito honrada e feliz por ter sido lembrada. Minha expectativa é ajudar com minha experiência e aprender ouvindo as experiências das outras envolvidas. A Comissão Mulher no Esporte, para mim, é algo que deveria ter em outras organizações. É ótimo quando vemos o COB buscar promover a igualdade de gênero e criar espaços para discussões relevantes”, disse Valeskinha, que é filha de Aída dos Santos, quarta colocada no salto em altura em Tóquio 1964, o melhor resultado individual de uma mulher brasileira em Jogos Olímpicos durante quase 50 anos, até o bronze de Ketleyn Quadros no judô em Londres 2012.
“Ter uma inspiração dentro de casa é algo muito valioso. A influência da minha mãe para muitas mulheres atletas foi fundamental para mostrar que é possível superar desafios, alcançar o sucesso no esporte e encorajar outras atletas. O esporte feminino no Brasil tem progredido, a visibilidade aumentou, mas os desafios persistem. Ainda há um longo caminho a percorrer para igualdade de oportunidades”, completou.
Outra novidade no COB é a criação de um Grupo de Trabalho (GT) com representantes da área Mulher no Esporte e o Laboratório Olímpico que já discute a performance da mulher atleta. Neste primeiro momento haverá uma atualização dos profissionais de Ciências do Esporte do Time Brasil sobre os mais recentes estudos focados no desempenho esportivo feminino em alto rendimento.
“O COB tem uma atenção especial e é referência no mundo todo no que diz respeito à saúde da atleta, principalmente com a ginecologia do esporte. Agora, estamos dando um passo importante em relação à performance, que vai além da saúde. Existe um movimento internacional que fala sobre ‘treinar mulheres como mulheres’, já que o conhecimento científico que temos em relação ao treinamento esportivo é baseado em pesquisas com homens. Agora vemos um aumento de estudos específicos com mulheres”, disse Taciana Pinto, gerente de Desenvolvimento e da área Mulher no Esporte do COB.
Entre as pesquisas estão, por exemplo, debates em torno da propensão de mulheres a lesões de LCA (ligamento cruzado anterior). Além do serviço de ginecologia do esporte que é oferecido desde 2011, o COB passa, então, a discutir de forma interdisciplinar, entre todas as áreas do Laboratório Olímpico, sobre como atuar para garantir uma maior performance das atletas mulheres.
“Obviamente, isso passa por melhorar as condições de saúde também, mas a proposta é estimular a discussão incluindo outras áreas que impactam na performance, revisando as práticas e protocolos atuais, que podem não estar considerando as especificidades da mulher atleta”, explicou Julia Silva, gestora esportiva integrante da área Mulher no Esporte e do GT.
“A ideia é que depois que o COB encerre o trabalho com os seus profissionais, o conhecimento produzido seja compartilhado com as Confederações, clubes e todos os interessados na temática”, completou Kenji Saito, diretor de Desenvolvimento Esportivo e Ciências do Esporte.